terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Josué Guimarães - Ensaio Biográfico




Aos 7 de janeiro de 1921, nasce em São Jerônimo. Josué Marques Guimarães, o penúltimo de nove irmãos, filho de José Guimarães, telegrafista de profissão e pastor leigo da Igreja Episcopal Brasileira e de Georgina Marques Guimarães. No ano seguinte, muda-se para Rosário do Sul, próxima a fronteira com o Uruguai. Logo após a revolução de 30, a família vai para Porto Alegre e Josué passa a estudar no Grupo Escolar Paula Soares, em 1931, inicia o curso secundário no Ginásio Cruzeiro do Sul, onde funda o Grêmio Literário Humberto de Campos, nesta época escreve de cinco a seis artigos por número no jornal do colégio e é autor das peças teatrais encenadas a cada fim de ano. Forma-se no Ginásio, faz o pré-medico, mas após as primeiras aulas de anatomia, abonada o curso. Em 1939, vai para o Rio de Janeiro e inicia sua carreira jornalística na revista O Malho e Vida Ilustrada, profissão que desempenharia até o final de sua vida.

Com a entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial, volta para o Rio Grande do Sul, onde conclui o curso de oficiais da reserva, sendo designado para servir como aspirante no R.C.I. em Santana do Livramento, em 1940 aos dezenove anos casa-se com Zilda Marques, desse casamento nascem quatro filhos: Marília, Elaine, Jaime e Sônia. Neste ano, alista-se como voluntário para servir a FEB (Força Expedicionária Brasileira), mas é recusado por ser casado, em 1942 lança em Porto Alegre a revista da rádio Ondas Sonoras, em 1944, inicia suas atividades no Diário de Notícias, em sua carreira jornalística exerceu diversas funções entre as quais: repórter, secretário de redação, diretor, colunista, comentarista, cronista, editorialista, ilustrador, diagramador, analista político, correspondente internacional, entre outras. É no Diário de Notícias que mantém a coluna “de alfinetadas políticas”, assinada como “D.Xicote”, onde ele mesmo faz as ilustrações, desenhos e caricaturas. Alguns anos depois, a coluna reaparece no jornal A Hora de Porto Alegre, explorando os modernos recursos gráficos, montagens fotográficas da época. Em 1948, deixa o Diário de Notícias para tornar-se repórter exclusivo e correspondente da revista O Cruzeiro, no Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Uruguai e Argentina.

Em 1949, colabora na Revista Quixote no. 4, fevereiro de 1949, com a crônica “Sangue e Pó de Arroz”, esta publicação de Porto Alegre divulgou por um longo período, nomes da literatura rio-grandense, neste mesmo ano, lança o Jornal D.Xicote, não é um jornal humorístico, mas também, não é u,m jornal sério. Em 1951, é eleito vereador em Porto Alegre, pelo PTB, ocupando na oportunidade a vice-presidência da Câmara. Como vereador batiza o largo próximo à praça da alfândega de “Largo dos Medeiros” em homenagem aos irmãos proprietários da Café e Confeitaria Central.
Em 1952, assina a coluna “Ronda dos Jornais” no semanário carioca Flan, é o primeiro jornalista brasileiro a ingressar na China Continental e URSS (antiga União Soviética), como correspondente especial da “Última Hora” do Rio de Janeiro, neste ano, escreve o livro de viagem “As Muralhas de Jericó”, que somente seria publicado pela L&PM Editores em 2001.
Em 1954, assina a coluna “Um dia depois do outro” no jornal Última Hora, neste mesmo ano, lança a coluna política no jornal Folha da Tarde, onde assina com o pseudônimo de D.Camilo, nome que futuramente basearia um romance seu. Em 1956, trabalha como redator na MPM Propaganda, ainda neste ano, assume como diretor-secretário do semanário Clarim Sete Dias em Porto Alegre. Em 1957, é chamado por Assis Chateaubriand para reformular o vespertino Diário da Noite, órgão dos Diários Associados. Em 1960, funda sua própria agência de propaganda que é dissolvida um ano depois, para que ele possa assumir a direção da Agência Nacional sob o governo João Goulart, ocupa este lugar até 1964, quando o presidente é deposto e Josué neste período trabalha em dezesseis publicações diferentes e abre uma livraria, em 1969 é descoberto pelos órgãos de segurança, responde a inquérito em liberdade e retorna a Porto Alegre, neste ano é premiado no II Concurso de Contos do Estado do Paraná com três obras que depois passariam a integrar seu primeiro livro “Os Ladrões” em 1970, com esta obra Josué ingressa na carreira literária que iria, se compor por 24 obras, entre romances, novelas, coletâneas de contos e literatura infantil, além de participar de diversas antologias.

Em 1971 com o pseudônimo de Phileas Fog mantém a coluna “A Volta ao Mundo”, no Jornal Zero Hora, fazendo entrevistas imaginárias, de marcante conteúdo crítico, com personagens internacionais.

Neste ano, passa a colaborar no jornal Pato Macho de Porto Alegre, com artigos de críticas política, ainda mantém a coluna “Seção de Livros” no jornal Zero Hora. Em 1972, publica o primeiro romance: A Ferro e Fogo – Tempo de Solidão, a primeira de uma trilogia que nunca existiu oficialmente, pois a obra se completa no segundo volume denominado, A Ferro e Fogo – Tempo de Guerra. Em 1974 é correspondente da Empresa Jornalística Caldas Jr, na África e em Portugal, onde acompanha a revolução dos cravos. Em 1976, lança em Lisboa o jornal “Chaimite”, neste ano, retorna ao Brasil e implanta no Rio do Grande do Sul, a sucursal da Folha de São Paulo, que dirigiu e onde atuou como comentarista político do sul até seu falecimento.
Em 1977, publica o romance “Tambores Silenciosos” que é agraciado com o 1º. Prêmio Erico Veríssimo da Editora Globo, que posteriormente publica a obra. Em 1981 depois de obter o divórcio de seu primeiro matrimônio, casa-se com Nidia Moojen Machado, dessa união, nasceram Rodrigo e Adriana. Em 1986 no dia 23 de março deixa a vida para entrar na história literária gaúcha.

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